É desumano! Não digo nem com quem passará os próximos três ou quatro dias
de expediente no STF ouvindo o voto do relator Joaquim Barbosa no
julgamento do mensalão. O orador é, no caso, a principal vítima do rito
de leitura de 1 mil páginas enfadonhas, tanto faz se pedindo a
condenação ou a absolvição dos 38 réus do processo.
Quem, como o ministro, já teve problemas crônicos na coluna chega a
sentir uma pontada na lombar só de imaginar o desconforto de sua
excelência. Se não encontrou posição para ouvir os advogados de defesa,
pior agora com tamanha incumbência de sustentação oral.
A continuar como nos últimos dias
no senta e levanta de sua cadeira ergométrica de espaldar reclinável
para se esticar de pé ou se estirar na sala anexa ao tribunal, vai ficar
difícil acompanhar o relator.
Não há entrevado neste País que no momento não tenha dó do sujeito.
Perguntam-se uns aos outros, afinal, se o voto do ministro está
redigido, por que não entregar a leitura da peça a um profissional de
teatro competente para interpretar o protagonista de acordo com a
liturgia da mais alta corte da Justiça brasileira. O Milton Gonçalves faria muito bem o papel, né não?
Nenhum comentário:
Postar um comentário